domingo

Qualquer pretexto serve para escrever


Que seja um pretexto mesmo fraquinho! Para que as expectativas para o resultado também não sejam elas muito cheias de força. E para que uma folha sirva apenas e só a sua função, que é a de consolar alguém só (será? a função assim ou o alguém só?). Que a razão aparente que se alega para encobrir o verdadeiro motivo por que se fez ou deixou de fazer alguma coisa não seja aqui importante. E que não se dê importância nem ao motivo verdadeiro, nem ao falso motivo. Para que apenas se olhe. E para que os olhos executem apenas e só o seu exercício, que o de ver os ultrapassa. Não se queira, portanto, ver o que não é suposto ser para ser visto. Não se sinta aquilo que não nos pertence. Dê-se somente a liberdade a quem a solicita de mansinho, como quem não quer ou não sabe que anseia pela coisa, ou não sabe pelo que anseia, simplesmente.
Porque qualquer pretexto serve para escrever. E porque lá por se encontrar escrito não quer dizer que tenha de se ler.



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