quinta-feira

Uma divagação, afinal e apenas

Andando a vaguear pela blogosfera a espreitar umas coisas, eis que o tema surge (uma vez mais e quase "fora de moda"... odeio que lhe chamem modas) e entre opiniões diversas e mais absurdas me começo a sentir engasgada com qualquer coisa na garganta a querer sair cá para fora. Desculpem qualquer ridículo fruto do impulso. Serei até bastante imparcial no que digo, na medida em que o que digo pouco ou nada junta a algo que não advém da opinião, mas antes da realidade como ela é (ou devia ser) aceite nos dias de hoje.
Não, a homossexualidade não é uma doença. Mesmo.
Não, não se pega.
Não acredito que seja uma questão de opção (se bem que muito boa gente passa a vida a escolher aparentar ser o que não é, e geralmente isto nem tem nada a ver com a sexualidade/orientação sexual).
E não, um casal não tem de ser um conjunto de duas coisas diferentes.
Independentemente das circunstâncias em que tenha crescido, dos ensinamentos que tenha recebido, da sociedade na qual se tenha esforçado por se integrar, uma pessoa tem hoje liberdade e engenho para perante algumas observações questionar muita coisa. Ainda que isso possa incomodar alguém.

Do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (http://www.priberam.pt/DLPO), como poderia ser de outro qualquer:

casal
(latim casalis, -e, relativo à quinta, à casa)
s. m.
1. Conjunto de macho e fêmea. = par
2. Conjunto formado por marido e mulher.
3. Conjunto de duas pessoas que têm uma relação sentimental e/ou sexual.

[...]

casamento
(casar + -mento)
s. m.
1. Acto ou efeito de casar.
2. Contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais.
3. Cerimónia ou ritual que efectiva esse contrato ou união.
[...]

Já das definições da edição de 2001 do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa que ali mora na prateleira se pode perceber que o termo casamento não tem de contemplar obrigatória e exclusivamente pessoas de sexos opostos.
Pronto, já não me sinto tão engasgada. Às vezes pergunto-me "em que raio de época vim eu nascer?!". Provavelmente uma pessoa nunca encontra o seu lugar em lado nenhum. Nem o lugar nem o tempo. Que se lixe. Que eu não gosto de dizer palavras feias.

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